No dia em que surgiu a oportunidade para o teste no circo, na época que
eu prestava serviços para um posto de gasolina e para um restaurante, eu
fui.
Quando meu pai não deixou eu ir morar em São Carlos, eu fui. Será que eu
era um inconsequente sem medo dos riscos? Até certo ponto, os riscos
iriam aparecer e eu iria lidar com eles. A grande diferença seria ter um
motivo pra acordar sorrindo todos os dias. E assim, desde aquele dia em
que me despedi da minha vó, o objetivo era muito claro: sobreviver,
viver e ser arte.
Quando estamos em um momento onde temos uma certeza mas os medos da
decisão, devemos nos lembrar de todas as vezes em que nossa intuição não
nos enganou. Tudo poderia ter sido diferente na minha vida e nunca foi
fácil. Tomar a decisão correta (porque até hoje acredito ser a correta)
não torna o caminho mais fácil nem o percurso menos difícil. O
importante era a certeza de que aquele era o momento exato para a
decisão. E se eu tivesse tomado as decisões mais importantes da minha
vida um pouco mais tarde?
Os caminhos seriam diferentes. A aprendizagem seria menor em relação ao
dia de hoje. O dia de hoje teria menos histórias pelos dias que perdi
antes de iniciar meu caminho. Desde muito novo, eu sabia do que queria
viver e o que gostaria de ser. Não tinha dúvidas em relação a isso, era
só questão de tempo e de ajuste. Ajuste a gente faz todos os dias, em
tudo. Uma maquiagem que derrete a gente conserta. O corpo a gente
treina. E isso acontecerá todos os dias. Não espere todas as coisas se
“ajustarem” para tomar sua decisão e encará-la. Tudo bagunça e se
reorganiza todos os dia. Aprenda a conviver com isso.
Tempo? O tempo foi ditado pelo destino, pelos meus pais e pelo acaso. Mas, o tempo passa todos os dias de qualquer jeito.
A diferença é que eu fui atrás e não deixei ele passar mais um dia.
Desde o dia em que comecei a viver de arte, eu sabia que me tornaria
aquilo.
E a hora era mais do que a certa.
Marcos Casuo
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